O assombro e o ódio
O tempo em que vivemos é assombroso. A realidade se impõe de uma maneira pesarosa. Aos poucos perdemos a esperança de que saiamos desta pandemia como pessoas e civilização melhores. Agora globalizado, o discurso de ódio parece imperar em todos os recantos do mundo. Mesmo aqui, em nossa pátria, o combate à corrupção endêmica embora bandeira legitima, cobra de nós um alto preço, com a sinistra demonstração de um regime que mescla elementos nazistas, fascistas, oportunistas e ironicamente comunistas. A população dividida, se estapeia confusa diante de toda sorte de informações que, cuidadosamente manipuladas, coloca amigo contra amigo, irmão contra irmão, filhos contra pais. Mãos que clamam por sangue, por vida, aproveitam-se do momento para insuflar ainda mais ódio entre as pessoas. Discursos que em condições normais seriam motivo de total repulsa, hoje são aplaudidos e propagados a todo vento, transportados pelo que há de mais moderno na tecnologia. Os eventuais Mahatma Ghandis sequer são ouvidos. E enquanto isso crescem os Nathuram Godse, os quais embora comecem defendendo bandeiras legitimas, terminam usando de métodos e procedimentos grotescos, totalmente incoerentes com sua causa. Há quem entenda que fins justificam meios. Porém, o que aprendi com grandes seres humanos com quem caminhei e ainda caminho é que os meios precisam ser coerentes com os fins. Do contrário, mesmo quando se ganha, se perde.
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