Rotulando
Num mundo em que coisas são mais importantes que gente, não é de se admirar que dentre os vícios mais comuns, o de rotular seja o mais saliente. Tal como nas coisas, nós classificamos, estereotipamos, rotulamos, separando todos num número adequado de caixinhas pré estabelecidas, em quantidade inversamente proporcional à preguiça intelectual de quem rotula. Há os rótulos étnicos, culturais, religiosos, de gênero, de preferência sexual, e até de data de nascimento, (para os rótulos de signos). No Brasil até mesmo o voto secreto de um cidadão é passível de receber um rótulo.
Porém a realidade se opõe aos nossos preconceitos berrando exuberância. Somando quase 8 bilhões de habitantes, não se pode caracterizar duas pessoas como iguais. Parecidas em alguns aspectos, seja no comportamento, aparência física, cultura, mas dai homogeneizar é simplesmente impossível. Por isso me preocupa muito quando vejo gente inteligente aqui e acolá estereotipando seu próximo. Na verdade o ato de estereotipar fala mais sobre quem rotulou do que sobre quem foi rotulado. Ironicamente, feito tiro que sai pela culatra, rotula a quem rotula.
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