São Paulo - uma caminhada com Vítor Hugo e Mozart
Por conta de um compromisso pessoal, precisei ir ao centro de SP ontem pela manhã. Ao caminhar por nossas ruas sujas e becos abandonados, notei a quantidade enorme de pedintes e maltrapilhos que se acumulam em cada reentrância dos encardidos edifícios de nossa cidade. Se estivessem a falar francês, diria que havia entrado no palco da peça Os Miseráveis de Vítor Hugo. E analogamente ao retratado tanto na peça quanto no livro homônimo, nossa sociedade vive o mesmo desperdício, a mesma perda irreparável de capital humano. Ao olhar nos olhos de cada um, fico a pensar se não estou olhando para um Mozart que jamais poderá ser, um Einstein que não teve chance, um Descartes que não vingou. O problema da corrupção endêmica em que nosso país vive mergulhado, não é só que ela mata a geração atual, mas mata também o futuro, os sonhos e aspirações de uma nação que poderia ser grande, que poderia protagonizar, quando se contenta apenas a ficar nos bast...