Os dois papas
Assisti ao filme Dois Papas com minha esposa. Estava gostando bastante do enredo até perceber que o título estava equivocado. Devia chamar-se O Papa. Isto porque quase nada trata de Ratzinger, ao passo que detalha com bastante cuidado a vida pregressa de Bergoglio. Aliás, ainda bem, pois do pouco que se narra a respeito de Ratzinger, é para fazer colar a pecha de que é um solitário, um chato e, de uma maneira muito desonesta e desrespeitosa, um nazista. Homem tímido e gentil que é, se assistiu o filme, deve ter ficado muito abatido. Bergoglio é apresentado como virtuoso homem do povo, simpático, alegre, ligado aos pobres, atormentado apenas por sua própria postura diante da ditadura e do celibato. Ratzinger em oposição é um bufão excêntrico, ganancioso por poder e ensimesmado. Qualquer menção ao seu passado intelectual, seu trabalho de bastidores junto a João Paulo II, seu apoio à vários escritores controversos como Leonardo Boff foi completa e sistematicamente ignorado. Nem a atuação ...