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Mostrando postagens de agosto, 2019

Conto da coruja e o tamanduá

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Assustado com o dia que demorava a amanhecer, o tamanduá foi conversar com a coruja para saber o que estava acontecendo. A coruja que ainda estava acordada, explicou que conversara com os pássaros durante a noite e estes disseram que viram um grande incêndio nas florestas. “Mas como isso foi acontecer?”, replicou o tamanduá. “As árvores daquele local” - prosseguiu a coruja - “em seu suspiro final, confidenciaram que foi o bicho homem que ateou fogo nelas”. Então o tamanduá disse: “Mas os primos do lobo falam tão bem deles, dizem que cuidam deles, alimentam, dão carinho...”. . “Alguns, pode ser”, disse pensativa a coruja. “Alguns até protegiam a gente. Porém há muitas décadas que o bicho-homem esqueceu de nós. Hoje, estão divididos entre si, brigando incessantemente. Os de casco cor de fogo brigam com os de cor do céu. E os de outras cores são tão distraídos com seus afazeres que não tem tempo pra ouvir nosso choro. Pranto que silencia pouco a pouco cada dia. Logo, só se ouvirá os grito...

Empresários embaixadores da paz?

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“A interdependência financeira garante que o dano infligido a uma economia viaje pelo planeta, atingindo até mesmo o agressor.” - Erik Gartzke, cientista político especialista em paz internacional da Universidade da Califórnia. A ausência de novos empreendimentos em nosso país contribui em muito para o aumento da violência. Explico: A paz relativa que experimentamos atualmente, (comparado com as eras primitivas e medievais vivemos uma paz sem precedentes), só é possível graças ao livre comércio. Nas sociedades modernas, um desafeto é muito mais útil vivo do que morto. Todos os excedentes produzidos podem ser trocados por dinheiro, o que movimenta toda a economia. Portanto, por motivos não tão nobres, a paz que vivemos hoje é muito fruto desta correta percepção por parte dos modernos comerciantes. Logo, um país que desfavorece o investimento, seja este interno ou externo, tende a aumentar em muito os índices de violência. Atualmente, são os empresários que advogam a pacificação mais que...

O valor do debate

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Outro dia tentei um debate com um amigo muito querido. Ambos apresentamos nossos argumentos e, na impossibilidade de chegar a uma conclusão, desistimos, seguindo cada um para seu lado, sem aprofundar o assunto. Lamentei naquele dia a perda que ambos sofremos. Digo isso pois o debate honesto aprofunda visões, amplia ou derruba o próprio argumento. Não era o caso entre eu e meu amigo, mas em nossa cultura temos uma dificuldade enorme em dialogar. Há sim muito de vociferar em seus próprios currais, (reais ou virtuais), mas pouco espaço para o real e honesto debate. Até no meio acadêmico, onde deveria florescer e ser exuberante, sobraram apenas discursos ideológicos inflamados e sem conteúdo. E pior, se há um desavisado que tenta trazer uma ideia que confronte o “mainstream”, será alvo de todo tipo de impropérios. Em seu famoso livrinho On liberty, o filósofo inglês John Stuart Mill afirmava que silenciar uma opinião é “um mal peculiar”. Se a opinião é correta, somos roubados da “oportunid...

O doloroso padecer da educação

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“Em todo governo na terra, há um vestígio de fraqueza humana, um germe de corrupção e degeneração, que a astúcia vai descobrir e a maldade vai insensivelmente desenvolver, cultivar e aperfeiçoar. Todo governo degenera, se confiado tão-somente aos governantes do povo. Assim, o próprio povo é o seu único depositário seguro. E, para torná-lo ainda mais seguro, a mente do povo deve ser aperfeiçoada [...].” - Thomas Jefferson Meus pais estudaram em escolas públicas do remoto interior do estado de São Paulo. Tiveram aulas de francês, inglês e matérias no primário que eu só tive no secundário. Eu estudei numa escola estadual, com ótimos professores, mas com uma grade curricular perceptivelmente inferior ao de meus pais. Meus filhos estudaram em escolas particulares por total falta de qualidade minimamente aceitável das escolas públicas das redondezas por onde morei. Ouvindo Thomas Jefferson, entende-se o motivo de tamanho descaso com a educação em nosso país. É urgente reverter este quadro!